Tida como precursora do violino, a rabeca é um instrumento de cordas tangido por um arco. A chegada desse instrumento ao Brasil é atribuída aos colonizadores portugueses e espanhóis. A rabeca foi usada em diversas manifestações populares e religiosas ao longo de toda a história do Brasil e contribuiu para a construção de diversas tradições e para a identidade da cultura popular brasileira. 

Inicialmente presente no litoral, a rabeca foi levada para o interior do Brasil e para os vastos sertões adentro. Hoje esse instrumento possui uma grande diversidade e está presente em todas as regiões brasileiras. Sua capacidade inventiva é infinita. Os processos de fabricação são artesanais, resultando em instrumentos únicos, que variam em tipos de madeiras, numero de cordas e na afinação das mesmas. Também é muito particular a maneira de cada rabequeiro adequar o instrumento ao corpo, segurar o arco e tocar.

Rabeca Sertaneja é um projeto de pesquisa que faz o mapeamento, a documentação e a difusão da produção cultural de rabequeiros e artesãos ligados à rabeca das regiões do Centro Oeste e do Cerrado brasileiro.

Idealizado pela musicista Maísa Arantes, o projeto Rabeca Sertaneja busca registrar os encontros com os mestres da cultura popular e as novas gerações de rabequeiros, valorizando suas histórias de vida, experiências, as diferentes sonoridades do instrumento e a potência da cultura da rabeca cerratense.

Nessa primeira etapa do projeto, foram escolhidos cinco rabequeiros de diferentes regiões para a documentação e entrevista: Sebastião Pereira e Dominguinhos (ambos de Ribeirão de Areia-MG), Robson Siqueira (Cidade Ocidental – GO), Daniel Carvalho (DF), Maísa Arantes (DF) e Jefferson Leite (Goiânia – GO).